Nesta primeira
edição da Revista Ginasta de 2005,
destaco a excelente matéria da
jornalista Cristina Zarur, inserida
no jornal O Globo de 15 de janeiro
último, no caderno Prosa e Verso,
que tratou o Intercambio Cultural
entre Brasil e Portugal.
Na reportagem,
sob o título “Portos Abertos da
Literatura – Cresce o número de
escritores brasileiros publicados em
Portugal e vice-versa”. Ao ler e
apreciar a matéria, confesso que me
encorajei a escrever estas linhas
que seguem.
Realmente,
cresceu muito o número de obras de
autores brasileiros, veteranos e
novatos, publicados em Portugal, e
de autores portugueses lançados no
Brasil. Percebe-se que o mercado
editorial das duas Pátrias-irmãs tem
melhorado nesses últimos anos,
fazendo com que as Literaturas
brasileira e portuguesa sejam, cada
vez mais, conhecidas e admiradas em
todos os cantos do planeta. Exemplo
frisante é Paulo Coelho, 58 anos, um
dos escritores mais lidos no mundo,
traduzido em dezenas de línguas e
premiado em diversos países.
A língua
portuguesa, hoje, falada por cerca
de 200 milhões de pessoas, é um
excelente veículo de comunicação,
que pode ajudar muito a tornar
conhecida, em todo o mundo, a nossa
Literatura.
As instituições
luso-brasileiras, mormente as
centenárias, têm contribuído
eficazmente para fortalecer o
intercambio cultural
Brasil-Portugal: Real Sociedade
Clube Ginástico Português, Liceu
Literário Português, Real Gabinete
Português de Leitura, Federação das
Associações Portuguesas e
Luso-Brasileiras, Academia
Luso-Brasileira de Letras e tantas
outras, têm feito a sua parte. Cabe,
agora, aos Governos dos dois países
de fala portuguesa engajar-se,
imediatamente, com grande empenho,
nessa causa tão nobre. Esperamos que
isso aconteça o mais breve possível.
Viagens de
estudos de escritores brasileiros a
Portugal e de escritores portugueses
ao Brasil; publicação de suas obras,
aqui e lá; realização de eventos
culturais, bienais, bolsas de
estudos, congressos, simpósios,
convenções são medidas que se impõem
em prol da solidificação desse
intercambio tão almejado.
Para isso, temos
de acionar todos os meios de que
dispomos, sem esmorecer e sem perder
as esperanças. Agora mais do que
nunca.
Lembrem-se que
Pero Vaz de Caminha, em carta
dirigida ao el-Rei D. Manuel, de
Portugal, dando a alvissareira
notícia da descoberta do Brasil,
assim se expressou: “Em aqui, se
plantando, tudo dá”.
Que seja essa a
nossa bandeira! Vamos arregaçar as
mangas, todos juntos, brasileiros e
portugueses, povo e governo, e os
frutos logo serão colhidos.
Essa é a nossa
esperança! |